Vitória apertada em cenário polarizado. Quem errou menos levou.

Brasil está rachado em votação com a menor vantagem de votos desde a constituição de 1988. A diferença foi de 1,8 ponto percentual. O petista obteve 50,90% dos votos válidos, ante 49,10% para o atual presidente. Quem errou menos e apostou mais em profissionais de marketing político levou. O clima de favoritismo dos bolsonaristas equivaleu ao chamado “salto alto” do futebol.

Essa eleição provou que apelação religiosa, posições por demais extremadas e correligionários fazendo maluquices com armas e declarações bombásticas não ajudam em coisa alguma.

As previsões do Gallup Institute se confirmaram. Pouquissima diferença na preferência entre Bolsonaro e Lula. Foi 50% a 50%. Abaixo da margem de 2% de erro, com maior rejeição a Bolsonaro, que carregava o desgaste da pandemia. Repetindo o que aconteceu com Trump nos EUA, Merkel na Alemanha e Johnson no Reino Unido. O trauma da pandemia cobrou seu preço.

Os escândalos de corrupção nos mandatos de Lula e Dilma estavam menos presentes na memória dos eleitores do que a mórbida pandemia e os erros em lidar com uma situação por si só difícil e trágica, que levou muitos pequenos empresários a falência e mais de um milhão ao óbito (na minha estimativa).

Jefferson e Zambelli deram tiro no pé? A campanha é um momento sensível e muito diferente do mandato, atitudes agressivas não colaboram. Tem que ser “light” para atrair a faixa média e majoritária do eleitorado. O diálogo com lideranças locais foi mais eficiente na campanha de Lula que levou muitos votos em grandes colégios eleitorais como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A eventual judicialização do resultado não apaga os erros na campanha bolsonarista, que não se articulou bem na imprensa nacional e internacional e fez pouco caso das pesquisas qualitativas que mostravam a dificuldade de acesso a comida na mesa como fator sensível para o cidadão médio. A promessa da picanha e da cerveja veio das pesquisas qualitativas.

Luciano Medina Martins – jornalista

Sobre Luciano Medina Martins

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