Impostos tirânicos por muito tempo ainda

Não existe notícia no mundo de outro país com tantos impostos quanto o Brasil. Ao todo, entre tributações federais, estaduais e municipais, taxas e contribuições, o Brasil possui uma lista de 92 tributos vigentes. Somos de longe a maior tirania fiscal do mundo, tanto pelo volume arrecadado, quanto pela forma centralizada e de pouca transparência como são retornados aos contribuintes em serviços e também pelos percentuais altos cobrados, chegando a serem até cinco vezes mais do que em países próximos.

Aumentar meio ponto percentual no total da massa arrecadatória é mais uma tragédia fiscal para os contribuintes brasileiros. Chegamos até este ponto através da prevalência de uma mentalidade distorcida sobre direitos básicos do cidadão. Direitos do contribuinte deveriam estar no foco dos direitos humanos para que tivéssemos Estados que atendessem as necessidades dos contribuintes e não a voracidade das máquinas estatais.

Deveriam ser direitos dos contribuintes que fossem informados quando pagam impostos, o porquê pagam e de que forma estes recursos serão utilizados pelos governos, de maneira objetiva e direta. Estamos longe disso. Impedir uma empresa de operar, fechar um pequeno comércio por não conseguir pagar seus impostos é um ato de violação de direitos básicos do ser humano, como a sua dignidade, seu direito a trabalhar e exercer seu ofício.

Não temos a perspectiva de que isso mude em curto prazo, o debate em que a reforma tributária está encapsulada é a da necessidade de financiar as máquinas públicas. O foco não é o cidadão, o respeito aos seus direitos e a sua necessidade de trabalhar e ter acesso ao resultado econômico do seu trabalho. Não existe ambiente político para fazer uma faxina no inchaço dos governos, pelo contrário, os defensores do aumento de impostos são chefes de executivos que criaram muitas secretarias e ministérios e querem resolver o financiamento de seus governos e não as distorções de nossa tirania fiscal.

Luciano Medina Martins – jornalista

Field Armor of King Henry VIII of England (reigned 1509–47)
Italian, Milan or Brescia. Source https://www.metmuseum.org/
Source https://www.metmuseum.org/
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Are There Vanishing Votes in Brazil?

“Where are our votes?”asks the lady from Manicoré/AM. A significant number of Brazilians claim their votes disappeared on the High Electoral Court’s website. Thousands of electors from countryside cites, where there are many supporters of Bolsonaro, have recorded videos on which they say there are ZERO votes for Bolsonaro in their electoral districts, just like the one below..

The controversy about the election numbers became serious when technicians pointed out “unusual” voting patterns. ZERO votes for Bolsonaro and 100% of the votes for Lula in some districts, in a very competitive scenario this is at least different from the historical behaviour of electors.

Internet has become flooded with videos of angry electors claiming their votes vanished. To make things worse the High Electoral Court imposes censorship to journalists, influencers and micro influencers who support president Bolsonaro and who claim the elections were fraudulent. Under the argumentation these supporters would spread fake news, Brazillian courts are banishing them from internet social media plataforms, even though free speech is a constitutional guarantee in Brazil.

Brazilians who believe on the fraud have mapped the countryside cities that present ZERO votes for Bolsonaro so that electors in these cities can check if they were “zeroed”, the High Electoral Court’s link for each locality has been made available on Google Maps. Below the link for the map of fraud in the Brazilian Elections.

Brazil Freedom 2022
https://goo.gl/maps/DB2QsoTtmyBtULki9

Only a very technical audit may determine for sure if there was a fraud and the extension of it. Up to now the only fraud we are sure about happened in Petrobrás (the brazilian giant oil company partly owned by the federal government of Brazil) during the years Lula da Silva was the president and had a great influence in the company’s affairs.

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Brazil has been stolen, no doubt, but who profits from it?

When the president of the political party founded by Lula says the function of Petrobrás (the Brazilian oil giant whose major shareholder is the Brazilian Federal Government) is “not to enrich shareholders but to serve the people”, we have to look back to the corruption schemes in the latest time Lula was the president of Brazil and the mastermind of massive deviation of funds from Petrobrás.

Under Lula the executives of Petrobrás paid bribery to politicians, political parties and others, made bid rigging schemes, deviated massive funds and presented fraudulent documents to the New York Stock Exchange (NYSE) and the Securities Exchange Commission (SEC).

So Petrobrás could keep on operating in the USA and at the NYSE its executives had to make a billionaire agreement with the Division of Fraud at the US Department of Justice. At the link this agreement. https://www.skadden.com/-/media/files/publications/2020/01/ericsson-agrees-to-pay-over-usd-1-billion/fn3.pdf

This was just one of the many fraud scandals during Lula’s latest presidency. Pasadena oil refinery, Comperj oil refinery, Correios/Postalis, Varig, JBS Friboi, Eletrobrás were also used in fraud schemes that deviated funds from stockholders and taxpayers. The stench of fraud goes all the way to the US, where Bernie and Biden are trying to “help” Lula, whose shenanigans stole USD2trillion, part of it out of the pockets of US citizens who invest in bonds. North American journalist Tucker Carlson accused President Biden and Sen. Sander of making pressure on President Bolsonaro to accept the result of fraudulent Brazilian elections.

Mr. Sanders and Mr. Biden could at least explain if there were US Citizens who profited from the huge fraud carried out by Lula’s group at the NYSE. Many Americans and people around the world that bought bonds from the Brazilian oil giant, Petrobras, were victims of the frauds that happened at Petrobras. What we are facing in Brazil goes beyond biased high court decisions and fake news on the US Senate website.

Lula led one of the most profitable frauds in recent world’s history that deviated USD2trillion in funds, part of it from US pockets.

Fraudulent Elections

There already are studies that point out inconsistencies in the “all electronic” voting system that has no paper trail. Technicians who evaluated the numbers are sure there are anomalies in the numbers of the Brazilian elections. The size of the voting fraud may have been of 5.1 million votes.

The proof there’s been anomalies in the Brazilian elections has already been sent to the High Electoral Court. No answer up to now.

The inconsistencies in the voting numbers have been shown by many technicians. Brazilian journalists are under censorship imposed by the Brazilian high courts and cannot publish about it. Is it a left wing coup under course in Brazil? Who will benefit with it? Are there US citizens associated with Lula and his corruption schemes that happened at Petrobrás when Lula da Silva was a president in the last decade?

Luciano Medina Martins – jornalista

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Vitória apertada em cenário polarizado. Quem errou menos levou.

Brasil está rachado em votação com a menor vantagem de votos desde a constituição de 1988. A diferença foi de 1,8 ponto percentual. O petista obteve 50,90% dos votos válidos, ante 49,10% para o atual presidente. Quem errou menos e apostou mais em profissionais de marketing político levou. O clima de favoritismo dos bolsonaristas equivaleu ao chamado “salto alto” do futebol.

Essa eleição provou que apelação religiosa, posições por demais extremadas e correligionários fazendo maluquices com armas e declarações bombásticas não ajudam em coisa alguma.

As previsões do Gallup Institute se confirmaram. Pouquissima diferença na preferência entre Bolsonaro e Lula. Foi 50% a 50%. Abaixo da margem de 2% de erro, com maior rejeição a Bolsonaro, que carregava o desgaste da pandemia. Repetindo o que aconteceu com Trump nos EUA, Merkel na Alemanha e Johnson no Reino Unido. O trauma da pandemia cobrou seu preço.

Os escândalos de corrupção nos mandatos de Lula e Dilma estavam menos presentes na memória dos eleitores do que a mórbida pandemia e os erros em lidar com uma situação por si só difícil e trágica, que levou muitos pequenos empresários a falência e mais de um milhão ao óbito (na minha estimativa).

Jefferson e Zambelli deram tiro no pé? A campanha é um momento sensível e muito diferente do mandato, atitudes agressivas não colaboram. Tem que ser “light” para atrair a faixa média e majoritária do eleitorado. O diálogo com lideranças locais foi mais eficiente na campanha de Lula que levou muitos votos em grandes colégios eleitorais como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A eventual judicialização do resultado não apaga os erros na campanha bolsonarista, que não se articulou bem na imprensa nacional e internacional e fez pouco caso das pesquisas qualitativas que mostravam a dificuldade de acesso a comida na mesa como fator sensível para o cidadão médio. A promessa da picanha e da cerveja veio das pesquisas qualitativas.

Luciano Medina Martins – jornalista

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Mais do Mesmo versus Mais do Mesmo

O anti-espetáculo de ofensas com pouco debate de propostas de desenvolvimento são as tônicas nas campanhas para às eleições de 2022. Os candidatos as posições máximas do executivo federal e dos estados, ou, auto-elogiam suas gestões passadas, ou, detratam ao oponente de forma apelativa.

Estudo recente de um órgão de pesquisa em Washington/EUA aponta como fato relevante na análise das eleições brasileiras de 2022 a descredibilidade do processo eleitoral. Existe uma crise de representatividade, a abstenção em algumas situações chega a um terço dos eleitores.

O desinteresse não se explica somente pelo debate pouco propositivo, tem origem na estrutura das eleições e no formato dos cargos aos quais elas dão acesso. Concentrar na figura do presidente e dos governadores as funções de chefe de governo e de chefe de estado torna estes agentes quase imperadores. Estes superpoderes dos executivos federal e estaduais, associados a impostos que consomem uma fatia larga do PIB, mais de um terço, sendo que grande parte destes recursos são gastos para sustentar privilégios, com pouco retorno em serviços e infra-estrutura, são contextos que geram a sensação nos eleitores de que seus votos não validam seus interesses como cidadãos.  

A matemática do voto proporcional faz candidatos de expressiva votação não ocuparem cadeiras, enquanto alguns menos votados as ocupam por conta de coeficientes, o que permite aos eleitores suporem que não são representados e que seus votos poderiam estar sendo manipulados.

Democracias modernas adotam o voto distrital, em que um distrito é composto por percentuais pequenos do eleitorado, e não por todos os votantes de um Estado de milhões de eleitores. No Brasil aqueles que pleiteiam ser parlamentares federais ou estaduais peregrinam por centenas de cidades, tornando as campanhas caras e distantes do cidadão, que somente vê os candidatos por poucos segundos através de mídias, ou em cima de caminhões de som.

O voto proporcional ainda fomenta o surgimento de muitos partidos, no Brasil temos 32 partidos políticos, vários semelhantes entre si, o que faz parecer para o eleitor que os concorrentes têm poucas diferenças e quase todos dão continuidade a gestões, sem que sejam propostas novas soluções. Este cenário é ainda agravado pela noção de que existe cerceamento da manifestação de posição política para quem não é candidato e censura a jornalistas.

Luciano Medina Martins – jornalista

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Corrupção na Petrobrás entre 2004 e 2012 é fato documentado na justiça dos EUA

Para seguir operando na Bolsa de Valores de Nova Iorque a Petrobrás precisou fazer acordo de U$ 2,85 bilhões com a divisão de fraudes do departamento de justiça dos EUA.

A Petrobrás admite no documento de 33 páginas neste link https://www.skadden.com/-/media/files/publications/2020/01/ericsson-agrees-to-pay-over-usd-1-billion/fn3.pdf , através de seu quadro de diretores, perante o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, fundamentado em sentenças da justiça brasileira e em investigações do Departamento de Justiça, que COMETEU CRIMES de apropriação indébita de valores massivos, concessão de propina a políticos e a partidos políticos, fraude a licitações, fraude de documentos apresentados aos órgãos fiscalizatórios da Bolsa de Nova Iorque, entre eles a SEC (Securities and Exchange Commission).

Os crimes praticados entre 2004 e 2012 dentro da Petrobrás não causaram prejuízo somente a cidadãos  brasileiros mas a cidadãos dos EUA e de vários países que compraram ações da Petrobrás neste período.

Para que se resolvesse de forma mais rápida, liberando as operações da Petrobrás na bolsa de valores, foi feito um acordo entre aqueles que estavam processando a Petrobrás na justiça dos EUA e a Petrobras: o valor do acordo foi de 2,85 bilhões de dólares dos Estados Unidos da América.

Lula e sua turma são criminosos internacionais, reconhecidos, identificados e sob investigação nos Estados Unidos, e outros países prejudicados pelas operações fraudulentas dentro da Petrobrás.

Ainda assim Lula no debate presidencial desta noite (16 de outubro de 2022) fala em “se” houve corrupção dentro da Petrobrás, como se existisse margem para se discutir este fato.

O que realmente choca é ver um perpetrador de um dos maiores esquemas de corrupção na história mundial ser candidato a presidente do Brasil.

O que os estrangeiros, investidores, e pessoas bem informadas da opinião e jornalismo econômico mundiais pensam ao ver esta cena, um corrupto cujos malfeitos são documentados mundo afora sendo candidato a presidente de novo, mesmo tendo sido preso por estes crimes?

Luciano Medina Martins – jornalista

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Fake news no site do Senado dos EUA tenta influenciar a eleição presidencial brasileira e manchar a imagem de Bolsonaro junto à opinião norte-americana

Tradução

Os senadores dos EUA Kaine e Sanders publicaram notícia falsa no site do Senado dos EUA.

O suposto “chamado à guerra” caso as eleições presidenciais brasileiras em curso não tenham um resultado positivo para o atual presidente, Bolsonaro, é um caso surpreendente de fake news. O atual presidente, que está concorrendo à reeleição, afirmou repetidamente que vai respeitar o resultado das eleições, seja qual for o resultado.

O trecho abaixo é do site oficial do Senado dos EUA. O presidente Bolsonaro afirmou repetidamente que os resultados das eleições brasileiras de 30 de outubro serão respeitados.

Estaríamos diante de notícias falsas contundentes em um site oficial do Congresso dos EUA, ou de uma situação mais grave?
(trecho do site de publicação no Site do Senado dos EUA)
Os senadores dos EUA Tim Kaine (D-VA), presidente do Subcomitê de Relações Exteriores do Senado no Hemisfério Ocidental, e Bernie Sanders (I-VT) divulgaram as seguintes declarações após sua resolução de apoio às instituições democráticas no Brasil aprovada pelo Senado. A medida ocorre em meio aos temores dos brasileiros de que os resultados das eleições gerais da próxima semana possam ser prejudicados pelo presidente Bolsonaro, que está em baixa nas pesquisas e disse à sua base para “ir à guerra” se a eleição for “roubada”.
O que está por trás dessa notícia falsa?
Quais são os reais interesses que esses senadores estão defendendo? Certamente não no melhor interesse dos cidadãos dos EUA.
O Senado dos EUA deve estar muito preocupado com as razões por trás da publicação desta notícia falsa. Quem são os lobistas que influenciaram os senadores a publicar essa fake news? De onde vêm os fundos desses lobistas? Os senadores ignoram os laços estreitos entre Lula e o Partido Comunista Russo?
Os senadores do EUA ignoram o fato de que, com Lula e Dilma, os investidores norte-americanos na bolsa foram roubados? Lula está tentando ser presidente novamente. Ele articulou  para se tornar um candidato, mesmo tendo sido preso e não foi inocentado de seus crimes.
Os senadores do EUA ignoram o fato de que a Petrobras, uma sociedade anônima que vende ações na bolsa de Nova Iorque, está mais lucrativa do que nunca e que os investidores da bolsa de valores dos EUA têm se beneficiado disso?
Sob o governo de Bolsonaro, a Petrobras chegou a um acordo com os investidores da bolsa de valores que perderam enormes quantias de dinheiro por causa da corrupção muito conhecida e documentada perpetrada por Lula e pelos membros do Partido dos Trabalhadores que ele fundou.
Responsabilidade
A opinião pública dos EUA deve ser informada dos movimentos dos senadores Kaine e Sander que poderia  ensejar pelo menos uma investigação por parte dos órgãos de de justiça nos EUA sobre os lobistas por trás da publicação desta notícia falsa no site do Senado dos EUA.
Fontes e referências em https://lucianomedina.wordpress.com/2022/10/09/fake-news-on-the-us-senate-website-tries-to-influence-the-brazilian-presidential-election/ 
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Fake news on the US Senate website tries to influence the Brazilian Presidential Election

US Senators Kaine and Sanders published fake news on the US Senate website.

The alleged “call to war” in case the on-going Brazilian presidential elections do not have a positive outcome for the current president, Bolsonaro, is an amazing case of fake news. The current president, who is running for re-election, has repeatedly stated that he is going to respect the result of the elections, whatever the result is.

The excerpt below is from the official site of the US Senate. President Bolsonaro has repeatedly stated that the results of the Brazilian elections on October 30th will be respected.

Are we facing blunt fake news on an official site of the USA Congress?

U.S. Senators Tim Kaine (D-VA) the Chair of the Senate Foreign Relations Subcommittee on the Western Hemisphere, and Bernie Sanders (I-VT) released the following statements after their resolution supporting democratic institutions in Brazil was passed by the Senate. The move comes amid Brazilians’ fears that the results of next week’s general election could be undermined by President Bolsonaro, who is down in the polls and has told his base to “go to war” if the election is “stolen.” Source https://www.kaine.senate.gov/press-releases/kaine-and-sanders-statements-on-passage-of-resolution-in-support-of-brazilian-democracy-ahead-of-october-election

What is behind this piece of fake news?

(exerpt from the US Senate website)

What are the real interests these senators are defending? Certainly not in the best interests of US citizens.

The US Senate must be very worried about the reasons behind the publication of this piece of fake news. Who are the lobbists that influenced the senators to publish this fake news? Where do the funds from these lobbists come from? Do the senators ignore the close links between Lula and the Russian Communist Party? Source http://duma.gov.ru/en/news/45218/

Do the senators ignore the fact that under Lula and Dilma, stock exchange investors were stolen? Lula is trying to be president again. He pulled the strings to become a candidate even though he had faced prison and had been an inmate.

Do the senators ignore the fact that Petrobras, the Brazilian oil public company, has been more lucrative than ever and that US stock exchange investors have benefited from this?

Under Bolsonaro’s rule, Petrobras has come to an agreement with the stock exchange investors who lost huge amounts of money because of the very well-known and documented corruption perpetraded by Lula and members of the Labor Party he is the founder of.

The billionaire agreement can be found at the following link: https://www.skadden.com/-/media/files/publications/2020/01/ericsson-agrees-to-pay-over-usd-1-billion/fn3.pdf

Accountability

The US public must be aware of Senators Kaine and Sander’s movements, and there should at least be an investigation into the lobbists behind the publication of this piece of fake news on the US Senate website.

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Cachorro quente ou hot dog?

Estava numa boate de Sampa, era 2001, novo milênio, tudo queria parecer futurista, essa boate chamava-se Disco, os mais afetados pronunciavam diz-cou, como se fala em inglês, e qualquer um que se considerava descolado e tivesse 500 reais para torrar em doses de bebida 10 vezes o valor normal, estava lá. Me convidaram, nome em lista na portaria, bebi  as custas de patrocinadores. Fiquei sentado a uma mesa enfeitadíssima de garrafas de Johnnie Walker, o que atraía muita gente bonita. Era impossível conversar, a música em altos volumes impedia qualquer linguagem além da corporal. Nunca me dei bem nestas festas onde as pessoas se beijam sem nem perguntarem seus nomes. Nada contra, beijar anônimos deve ser bom mesmo, tenho essa mania de conversar, de acreditar que a conversa é um ato civilizatório. Fiquei ali bebericando até que tive fome.

Em São Paulo é fácil engordar, dezenas de milhares de lugares com comida muito boa, tudo é bom, até o cachorro quente de carrocinha é demais. Tinha um na frente da Disco, quando a barriga falou mais alto imediatamente acendeu-se uma luz na minha memória fotográfica que me conduziu até uma destas carrocinhas. Era involuntário. Não acredito no poder de mandingas, vodoo e destas coisas de magia, mas para mim estes cachorros quentes eram encantados. O porteiro da boate disse que eu, uma vez saindo, não poderia mais voltar. Nada me afastaria daquela marcha em direção a carrocinha com o Hot Dog escrito em tinta vermelha sobre o inox reluzente. Era uma imagem hipnótica. Cheguei até ela, o atendente da carrocinha era argentino. Logo comecei a falar em espanhol, em 2 minutos de espanhol já estava conversando em inglês com o portenho. Ele falava com sotaque argentino carregado, eu não. Minha acentuação perfeita, padrões tonais treinadíssimos, confundiria até um agente do FBI sobre minha origem, se da Pensilvânia ou de Nova Jersey.

Nisto parou um carrão preto ao lado da carrocinha, desceram duas garotas lindas, uma mais clara de olhos verdes, italiana, a outra mais oriente médio, de olhos castanhos misteriosos, típicas paulistanas. Perfeitas damas, jovens, produzidas, de saltos altos e roupas indefectíveis, cabelos com alisamento japonês de 2 mil dólares. Pareciam modelos saídas de um anúncio de revista de moda. Eu continuei a conversar animado com o hermano sobre gastronomia, fórmulas do cachorro quente, tentando entender o que tem em São Paulo que faz o cachorro quente tão melhor do que o hot dog de New York, se o purê de batatas e o molho seriam o segredo. Fingi que nem tinha notado a presença das duas garotas no auge de sua beleza e imponência. Menos de 3 minutos e as lindinhas estavam conversando em inglês comigo, sorridentes, pediram educadamente para entrar na conversa, se esforçavam para falar em inglês intermediário, com muitas lacunas de vocabulário, ainda assim bem acima da média no Brasil.

Conversávamos animados sobre cachorro quente, elas também queriam saborear aquela iguaria da madrugada, mas iriam levar os lanches embora, já estavam me convidando para um after no flat delas na Vila Madalena, queriam saber o que eu gostava de beber. Tudo as mil maravilhas, finalmente tinha me dado bem naquela cidade onde os círculos de relacionamento são complicados. Estava feliz mesmo. Com um lindo cachorro quente nas mãos e me dando bem com duas beldades que evanesciam perfume francês. Neste momento saiu de dentro da Disco o meu amigo, que caminhou em passos largos até a carrocinha e gritou com os braços abertos: “Medinão, você está aqui!”. Foi como jogar um balde de água gelada sobre as duas garotas que falaram em côro, numa exclamação misto de nojo e decepção: – Você é brasileiro? Respondi num sim baixinho e culposo. Elas começaram a me xingar com toda vontade. “Seu idiota, você é um imbecil, nos enganou que era um gringo, vamos levar o seu amigo pro flat, mas você vai ficar aqui, seu trouxa, abobado, metido a besta!” A lista de adjetivos horrorosos não parava de ser declamado pelas duas. Eu ainda tentei argumentar que elas não tinham perguntado de onde eu era, não tinham perguntado meu nome, que eu estava conversando com o argentino e elas entraram na conversa. Nada do que dissesse iria contornar a decepção de eu não ser um estrangeiro e a sensação delas de terem sido iludidas. O humor das duas foi da gentileza alegre para o agressivo compulsivo como se tivessem tomado a poção do Dr. Jekyll e virado duas criaturas monstruosas vociferando ameaças mortais. Meu amigo sem entender muito do que tinha acontecido, ria de nervoso, tentou argumentar que eu era “gente boa”, que tinha morado muito tempo fora do Brasil. De nada adiantou. Logo os xingamentos das garotas já tinham atraído mais gente, olhares de reprovação, braços cruzados, testas franzidas, já surgiu um valentão de punhos cerrados querendo me soquear, vieram os seguranças da boate conferir a confusão. Muito rápido meu amigo me pegou forte pelo braço, o erguendo como seu eu fosse um marginal bêbado sendo inconveniente, me explicando em voz de comando que eu não poderia fazer uma grosseria destas, enganar as pessoas, fazer de bobas aquelas jovens mulheres. Me arrastou para fora da cena em segundos. Depois explicou que fez aquilo para me salvar de um linchamento que já estava se armando.

Sempre acreditei no diálogo como a melhor forma de superar diferenças, produzir conhecimento, encontrar soluções e até o amor de sua vida. Mesmo assim o diálogo pra funcionar tem que ser sempre de igual para igual. Nesta noite aprendi ainda que se uma mulher sentir-se ludibriada isto é fatal para a relação ou tentativa de relação, ou cantada, ou o que for. Não ludibriei intencionalmente, mas não faz muita diferença se foi intencional ou se aproveitei uma circunstância. Não ludibriar é muito mais elegante, faz bem para o coração e você pode se livrar de gente chata e perigosa em menos tempo.  Como parte desta reflexão naquela noite voltei pra casa com o estômago embrulhado e tive um pesadelo horrível, destes que acometem a gente quando comemos coisas pesadas e gordurosas antes de dormir.

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COMEDORES DE ANIMAIS

O tédio, o ego, o uísque e as donas de gatas.

Parte I – O Tédio

Meu primeiro amigo foi um cachorro. Chamava-se Torão, aludindo a um toro grande, era um Fila, grande, corpulento, bem velho. O focinho preto do Fila era tomado de pelos brancos. Ele era cheio de cicatrizes das muitas brigas com outros cachorros. Eu, um garoto de 3 anos de idade, cheio de energia, brincava com ele até a exaustão, ele se atirava de lado cansado. Torão era um aposentado, a profissão dele era capturar e, eventualmente, até matar outros cachorros. Meu pai era veterinário do governo e pesquisava sobre doenças dos animais, vacinas para doenças transmissíveis, como a raiva. Os funcionários de sua equipe não queriam eles mesmos capturar cachorros com raiva, o que era uma das obrigações dessa equipe de servidores públicos, logo deram um jeito de profissionalizar sua atividade. Torão, devidamente vacinado contra a raiva, imune, poderia morder, arrastar para onde quisesse os tais cães e até despedaçar os cães com raiva, que metiam medo em homens adultos. Foi treinado para isso. Capturar e imobilizar outros cães. Era um tipo de Exterminador do Futuro para cães. Mas quando conheci o velho Torão já estava aposentado, os funcionários não quiseram sacrificar o colega de trabalho e então o único que ele tinha que aguentar era o garoto que ficava a tarde toda rolando com ele na areia. Tinha virado uma babá. Fim de carreira inusitado para um assassino profissional. Um dia não encontrei Torão. Meu pai me explicou que ele tinha ido morar num lugar mais tranquilo, por que estava muito velhinho. Bem cedo em minha vida já tinha entendido o tédio que acomete aqueles que perdem uma parceria e amizade de verdade.

PARTE II – O ego e o uísque

Por anos moramos nesta casa afastada da capital, próxima ao Instituto de Pesquisas Veterinárias, numa região chamada Sans Soucy. Os veterinários chamavam o local de Conde, por conta do Arroio do Conde. No passado a região tinha sido um balneário, 20 quilômetros de Porto Alegre, no outro lado do Guaíba. Lindos sobrados de alvenaria eram a residência dos veterinários num sítio com amplas áreas, tinha espaço pra jogar bola, fazer grandes churrascos e rodas de samba. Muita gente visitava e até se hospedava na casa dos meus pais. Vários eram veterinários de outros países. Eu já tinha mais de oito anos de idade e queria praticar inglês, adorava falar em inglês, me sentia o máximo, tão jovem e já bilíngue. Ainda mais cercado de adultos que se admiravam com a cena do menino brasileiro que falava inglês. O exibicionismo já era latente. Numa dessas churrascadas, um gathering, perguntei para um vet escocês, de bigodes pontudos, torcidos, já embranquecidos pela idade, o que seria a veterinária, seria uma ciência? Com um copinho de uísque na mão me fuzilou com seus olhos azuis, a resposta provocativa era uma flecha com dinamite na ponta, pronta para explodir o pirralho na fase das perguntas, uma resposta do manual. – Não é uma única ciência, são várias ciências juntas que ajudam a que possamos criar os animais que alimentam os humanos, para que se desenvolvam bem, com saúde e para que não transmitam doenças quando os comemos. A resposta era boa, mas eu que vivia cercado de cachorros e cadelas questionei a resposta tão exata e rápida. – Os veterinários cuidam dos cachorros e nós não os comemos, não são alimento para os humanos! A réplica de vet astuto já me esperava na ponta da língua do velho escocês que calmamente respondeu “alimentam sim”. Retruquei chocado. – Não, não alimentam! Não comemos cachorros! Ele completou tomando o restinho daquele copo de uísque. – Os cachorros alimentam o ego de seus donos. Todos riram de mim, uma gargalhada que ecoou. Perdi o debate. Dei-me por vencido e fui à enciclopédia no gabinete de papai pesquisar mais sobre o tal ego. Acho que nesse momento me afastei por completo da ideia de seguir a carreira de meu pai, inebriado pela adrenalina do exibicionismo queria saber mesmo sobre as implicações do ego e das relações dele com o uísque, o que parecia deixar aquele velho tão bom nas respostas.  

PARTE III – As donas das gatas

Curiosamente hoje não tenho cachorros. Tenho duas gatas. Branca e Diva. Ambas são heranças de namoradas que acabaram deixando ou não conseguindo levar as gatas embora do apê onde moro. O fato básico, as gatas se afeiçoam muito mais a rotina chata e disciplina de quem escreve do que as suas auto declaradas mães da espécie homo sapiens, mais afeitas à vida sem rotinas. Aliás, mães bem desnaturadas. Adotar a primeira gata, a Diva, era uma condição sine qua non para que a minha namorada frequentasse e dormisse no meu apê, que segunda ela, era um “lugar sem vida”. Eu não era contabilizado no rol dos seres vivos. Ela ainda me avisou sobre “posse responsável” alertando. – Adotar uma gatinha é muita responsabilidade Luciano, é um compromisso de pelo menos 20 anos. Não se pode adotar e depois jogar fora! Explicava atônita. Acho que já imaginava me jogar fora, a preocupação maior era com a gatinha. Eu já era o suficiente sem vida para me virar sozinho. Profeticamente a namorada se foi e a gata ficou. Nunca mais se viram. De certo problemas com a tal posse responsável de seres vivos. Hoje a Diva já beira os 15 anos e está muito satisfeita. A segunda gata, a Branca, também se afeiçoou a rotina, a receber ração todos os dias e a ter sua areia trocada regularmente. Coisa que já me coloca na lista dos homens chatos, previsíveis, solitários que cultuam rotinas domésticas. Sua dona original bateu na minha porta para “resgatar a gata” logo na sequência a vizinhança se deleitou com uma daquelas cenas cheias de gritos e troca de ofensas. Veio acompanhada de outras mulheres, suas amigas, para protegê-la do ser “masculino, lascivo, machista, que não aceita nem beijar outros homens por ser conservador e homofóbico, um bolsonarista típico”, só faltou a Patrulha Maria da Penha. Acho que uma delas era candidata a vereadora de um desses partidos da esquerda roxa, fazia discursos. Não ofereci resistência. Ao tentarem levar a gata a bichana simplesmente pulou dos braços da dona e se escondeu dentro do apê. Impossível. Não iria de jeito nenhum. Esgueirava-se, fugia das patrulheiras como se fossem a face da morte. As gurias tentavam, mas Branca parecia ensaboada. Não ficava nas mãos de nenhuma delas. Mulheres adultas, vencidas pela convicção nada política de uma gata com pouco mais de 2 quilos. No início encarei como uma vitória. Como um escárnio aquela que me largava em meio a uma cena horrenda de bate boca e proselitismo político pueril. Depois entendi que a opção da felina era racional, ela não iria voltar para um lugar onde a qualidade de vida era nada prioritária, habitada por pessoas que passavam o dia sonhando com o próximo cigarro de cannabis e que se esqueciam da gata como sintoma daquela permanente defumação sagrada. Só lembraram-se da gatinha quando isso virou um fenômeno de territorialidade política, um momento de afirmação do girl power. As felinas, ao contrário das fêmeas homo sapiens, gostam de rotina, de ração na mesma hora, de limpeza doméstica, de cama feita. A batucada dos dedos no teclado do PC e os clássicos da música ouvidos baixinho, isto acalma as gatinhas. Dormem sem pudor enquanto trabalho. Adoram o tédio.  Acabei descobrindo companhias tranquilas fora da espécie homo sapiens. Hoje sou atraído pela personalidade felina. Talvez por isso insisto em tentar a companhia de uma namorada com características felinas.

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